Creatina: Para que serve, como e quando tomar?
- Danielli Orletti
- 24 de ago. de 2023
- 7 min de leitura
Você sabe para que serve a creatina? Esse importante composto de aminoácidos é bastante conhecido por quem é focado nos treinos de academia, mas seus benefícios vão além do desempenho muscular. Saiba tudo sobre a cretina e entenda por que e quando a suplementação é importante. CREATINA: PARA QUE SERVE, QUANDO E COMO TOMAR

Para entender para que serve a creatina, precisamos lembrar de uma premissa: o corpo humano precisa de energia para funcionar adequadamente. Seja para movimentá-lo, fazer força e até para pensar, ele precisa ter “combustível para queimar” e, assim, realizar todas essas atividades.
Mas o que a creatina tem a ver com isso? Bem, ela desempenha um papel essencial no nosso organismo quando o assunto é energia, contribuindo para o bom funcionamento dos músculos e do cérebro. Siga a leitura
Siga a leitura para entender como a creatina age, seus benefícios e por que a suplementação é importante para atletas e para outros públicos, com destaque para os idosos e veganos.
O que é creatina? Estruturalmente falando, a creatina é um composto formado por 3 aminoácidos (L-metionina, L-glicina, L-arginina) produzido pelo nosso próprio corpo e sintetizado principalmente pelo fígado.
Além da produção endógena, a creatina pode ser encontrada em alimentos como carne vermelha, peixes e frango, e nos suplementos alimentares.
Um ponto muito importante é que nós produzimos naturalmente em torno de 1g de creatina por dia, o que é considerada uma quantidade muito baixa, que não atende às necessidades do corpo para que ele funcione com todo o seu potencial. Por isso, para manter bons níveis, é recomendada uma dieta que contemple diariamente alimentos e/ou suplementos ricos em creatina.
Como a creatina atua no organismo? O nosso corpo é tão perfeito que ele sabe quais partes precisam de um estoque de “combustível” para desempenhar suas atividades. A maior quantidade de creatina produzida naturalmente ou ingerida é armazenada nos músculos, mas o cérebro também é um órgão que recebe essa reserva, além de outros órgãos.
Pois bem, quando contraímos um músculo num exercício de força, por exemplo, precisamos de energia para que isso aconteça. Esse mecanismo envolve a utilização de uma molécula chamada de ATP.
A adenosina trifosfato (ATP), considerada a fonte de energia das células, é formada por três fosfatos. Quando o músculo é contraído, um desses fosfatos é utilizado, e a molécula é “descarregada”, ficando sem energia e transformada em ADP (adenosina difosfato).
Assim, a creatina armazenada recoloca o fosfato perdido rapidamente, “recarregando” a molécula. Ao reciclar a ATP com tamanha eficácia, o músculo permanece com a energia “lá em cima” e consegue trabalhar mais e melhor. Por isso, quando aumentamos a disponibilidade de creatina, estamos ampliando a reserva energética prontamente disponível no nosso corpo, o que favorece para ter um melhor rendimento e dar mais força.
Para que serve a creatina? Agora que você já sabe como ela atua no organismo, vai ficar mais fácil entender para que serve a creatina, na prática. Se ela está associada à produção de energia nos músculos e no cérebro, já temos o ponto de partida. É importante lembrar que os benefícios estão associados a concentrações adequadas e boa parte deles são sustentados por estudos feitos com suplementos de creatina. Confira:
Melhora o desempenho físico: força, massa e recuperação Quando executamos treinos com movimentos rápidos, levantamentos de peso ou tiros curtos de exercícios intensos, as reservas de fosfato são a primeira fonte de energia que o corpo utiliza. Por isso, ter boas reservas de creatina favorece a disposição e o desempenho de quem treina, pois ela entra nesse processo de reciclar as moléculas de energia e ajuda a manter o “gás” durante o exercício físco.
Somado a isso, com os músculos bem ativados pela prática física, há uma potencialização do ganho de massa muscular. Ainda, estudos destacam que a creatina pode contribuir para a recuperação de atletas após treinos intensos e ajuda a evitar a fadiga física.
Favorece a atividade cerebral Antigamente, era comum ouvir por aí a expressão “estou queimando fosfato” quando a pessoa estava concentrada e pensando demais sobre determinado assunto. Isso tem a ver com o que acontece com nossos neurônios quando estão em plena atividade.
Os neurônios são células altamente ativas e que consomem muita energia na forma de ATP. Para desempenhar bem as funções neurais, usam o fosfato da molécula de ATP e, quanto mais rapidamente fazem esse processo de uso e reciclagem que vimos anteriormente, mais ativas são as atividades neurais, como a cognição e a memória.
Assim, o fosfato de creatina tem participação na formação de energia cerebral e percorre um caminho parecido com o que acontece nos músculos: com mais fosfato disponível, aumentam também o armazenamento e a produção de energia para as funções neurais. Por isso, a creatina também é vista como um suplemento que beneficia o cérebro. Uso terapêutico da creatina
A creatina é um dos compostos mais estudados atualmente, e a ciência vem explorando outras contribuições para cuidar da saúde que vão além dos famosos resultados na academia.
Há estudos que relacionam o seu uso terapêutico com propriedades neuroprotetoras. Isso porque quando a creatina está ligada à ATP nas células neurais, pode amenizar o estresse oxidativo, que por sua vez está associado a diversas doenças cerebrais. Essa atuação antioxidante parece ser um dos motivos da colaboração da creatina para a saúde do cérebro.
Em casos de fibromialgia, a suplementação foi objeto de uma pesquisa que apurou o aumento do conteúdo intramuscular de fosfato de creatina e a melhora da função muscular em pacientes.

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